quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida de Dona Maria

Todos conhecem o famoso Zé Ninguém, certo? José da Silva Nenhuma Pessoa (tente achar um sinônimo pra "ninguém"!), apesar de ter tentado muito, nunca chegou a lugar nenhum. E é por esse motivo que nossos pais, família e professores fazer o possível e impossível para compreendermos o quão importante é não ter seu nome atrelado ao pobre Zé. Ele é a imagem criada para designar a pessoa que não tem ou não alcança objetivos profissionais e pessoais.

Agora, ainda pensando em imagens. Para você, quem é a Dona Maria? 

Dona Maria, para mim, lembra aquela vovozinha que faz doces e bolos, que sempre fala que os netos estão magros demais e que as mães não os alimenta direito (na verdade, isso me lembra mais Dona Alice, minha avozinha...e que saudade!). Também lembra aquela mãe de 7 filhos, que lava, passa e cozinha em casa e ainda trabalha fora para cuidar da família, uma verdadeira mãe multifuncional. Ou ainda aquela senhorinha mais velha que ainda dirige, geralmente devagar e meio sem prestar atenção, e que recebe xingamentos quase que sempre referentes a largar o volante e ir lavar roupa. Enfim, vocês conhecem o protocolo de xingamentos brasileiros contra mulheres no trânsito!

Mas, não estamos aqui para discorrer sobre a vida de um personagem do nosso imaginário, mas sim o resultado desse brainstorming rápido e seu impacto na minha vida.

Acho que quando eu decidi trabalhar em cozinha, eu acho que automaticamente entrei no estilo de vida de Dona Maria. Afinal, cozinhar é uma das tarefas dessa senhora. E, por algum motivo, Dona Mamá (pros íntimos) resolveu me passar alguns de seus conhecimentos da vida.

Acreditem ou não, sou quase bom em lavagem de roupas, tanto à mão como à máquina. Roupas brancas então....nossa! Sei deixar de molho, tirar algumas manchas e deixar roupa cheirosa!

Outra habilidade totalmente fantárdiga: costurar! Tapar buracos em calças? Você ficaria impressionado(a) se visse uma calça jeans que eu remendei. Fazer barra em calça? Fiz pela primeira vez anteontem e ficou bem boa! Boa parte do que aprendi foi olhando minha mãe fazer quando eu era pequeno.

Passar roupas? Opa! Minhas roupas da Cordon Bleu estão sempre impecáveis.


E cozinhar....ah, isso eu não preciso nem dizer né? 

Mas, ao contrário de Dona Maria, eu sei dirigir, e até que bem!

Eu acho que aprendi a dar mais valor ainda a essas coisas depois de ter aprendido como fazer. Conhece aquele tipo de gente que se gaba por ter lido um livro do Dostoiévski 10 anos atrás? Então, eu sinto que ser um dos poucos homens que lava, passa, cozinha e costura tem mais relevância que ter lido um livro que pouco mudou minha vida e do qual as passagens eu nem me lembro mais.

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